27 nov VIRNA LIMA
Virna Lima

Nome: Virna Lima
Biografia:
Virna Lima é graduada em Publicidade (Unifor). Foi bolsista na mesma instituição, através de programas de pesquisa e monitoria. Atividade que resultou na criação e premiação de artigo acadêmico na área de Humanas, no XIV Encontro de Iniciação à Docência, obtendo 3º lugar com trabalho: “O Ponto Riscado Umbandista como Mídia Secundária: uma contribuição da semiótica da Cultura para os assuntos midiáticos”. Atualmente pesquisa temas relacionados a Cultura; Conflitos e Movimentos Sociais.
Recentemente teve poema publicado através do Concurso Nacional Novos Poetas. O Poema “O Silêncio” está presente na obra Antologia Poética – Poesia Brasil 2019, da Editora Vivara.
Poesias
Eu, Oyá Onira
Sou uma alma inconformada
Presa a um corpo que reflete calma
Sou o espaço entre o silêncio
E a fala
A luz da estrela que vaga
E que pedem coisas de amor
Sou aquela que do amor não duvida
Mas que só acredita em promessas não ditas
Sou a lágrima escondida
Salgada e amarga
Sou aquela que no espelho só reflete a aura
Água doce, calma, e fluida
Sou a chuva do fim da tarde que rapidamente torna-se tufão
Sou a força dos opostos em colisão
A rivalidade amorosa de duas deusas
Sou o ponto de interrogação das contradições
O pensamento que vaga
E rasteja
Sou guerreira que caminha sozinha
Mesmo estando rodeada de súditos
Vazios.
Imprevisibilidade
O olhar e o silêncio
Tiram a roupa da alma
Não há argumento
Nem espera
Há muita imprevisibilidade num olhar
Que silencia.
Oferenda
Transformei a dor em ebó
Teu amor virou mandinga
E bebe vinho
Bebe sangue
É encarnado
Desalmado
Destrambelhado
Teu amor é inquice
Energia sacra e profana
E eu, já não o tenho
Senão em pensamento
Que voa e arrasta
Teu segredo já não se oculta
Tua justiça
Tão (in)justa
Come-te dos pés à cabeça
E vai além
Tu sabe
Já não vê
Virou oferenda.
Silêncio
Basta uma mensagem
Pra atrapalhar os pensamentos
Salvar a hora
Basta uma lembrança
Pra tirar o juízo
Despir a alma
Basta um olhar
Pra falar tudo o que não foi dito
Ocultado
Omitido
Basta um silêncio
Para passear entre sombras e luzes
E no fim
É o silêncio quem rouba a solidão das horas.
Tormenta
Teu amor em mim é sal e brasa
Inferno que não passa
Renasce e deságua nas entranhas do meu ser
Leva às profundezas da minha alma
Lembranças de um verão 2000
Água salgada
Pedra furada
Escancara minhas faces
Adormece minhas mágoas
Teu amor é silencio que queima
Vive
Morre
Renasce
É saudade que não passa
Sonho que atormenta
Tormenta
Fica em mim.