PÂMELA DE BRITO

Pâmela de Brito

Nome: Pâmela de Brito 

Biografia:

Meu nome é Pâmela Rodrigues, tenho 33 anos, e não acho que eu seja uma poeta, só amo a arte, desde sempre, qualquer que seja seu meio de expressão. Carrego uma alma dramática …rsrsr, quando posso escrevo por prazer e pra me conhecer. Mas a vida de uma mãe solo me trouxe para uma área de atuação bem distante da que me satisfaz. Sou técnica agrimensora pra sobreviver, mas meu dia é de música, de dança, de fotografia, de assitir e de pensar na vida pra viver. Queria escrever mais do que o que o tempo me permite. Esse ano, com uma vida financeira um pouquinho mais traquila, comecei uma graduação de Artes Visuais na Faculdade Estácio, EAD, que é o que meu tempo permite exercer.

Poesias

Também te vi

Eu também te vi
Mas não te subscrevi
Teu endereço não conheci
Você é infinitamente mais do que li.

Todo poema tem fim

Achei ter visto o infinito em meu amor
Mas não demorou pra avistar que tem manto no céu e horizonte no mar
De onde estou todo poema tem fim
Mesmo os inteiros.

Serei Tua

Serei tua desde que não se faça ser meu dono
Serei tua desde que seja capaz de me fazer querer
Serei tua pelo amor que em mim, serás capaz de despertar
E por prêmio a isso não precisarás se cansar
Serei tua sem que tu precises me jurar
E não serei pedra nem faca desde que a mim não traga torpes batalhas
Serei a ti, inteiramente, o meu amor de hoje,
mas se preciso for, atreverei-me a ser a falta dele amanhã,
e atentarei-me em velar que não me falte sede dos amores
do porvir das minhas manhãs.
No meu Éden tu poderá entrar,
dele poderá se deleitar, tua bagunça poderá deixar,
desde que heresias não ousem descampar com meu sagrado lar
Feliz aqui será
Paz haverá
O superficial não subsistirá
E meu sacrifício por ti não me fermentará;
esse dia me gloriará desde que minha alegria tu não ameaces sabotar
Serei teu ombro desde que os teus pés,
mesmo que distraidamente, permaneçam sempre a parear aos meus
Serei hálito na nuca
Serei o sussurro imoral
Serei a língua bendita, a tortura ideal
Mas não serei tua gata nem tua fofura
Não serei teu anjo nem a mulher ideal
Serei tua, mas nunca deixo de ser minha, e este é meu preço final.

Meu Cearazinho

E nesse mundão que Deus me deu
Quintal de tantos estradas
Sei
Tua caatinga assusta,
teus espinhos dão medo
mas em ti, há coragem
Sei
Me contam tuas carnaúbas,
bandeiras a beira da estrada,
essas que de sol a sol confirmam tua natureza
Há força,
Há cores em teu caminho
E sim, há água fresca
Em tuas praias: frutas, vento,
convite
Há gostosura no teu azul
E longe do concreto tu resplandeces,
longe do concreto o brilho de teu reinado cobre e embala teus filhos
Cearazinho de lições, de história, de exemplos e referências.
Cearazinho queimado,
é em ti que as cercas de arame brotam,
nascem da coragem e vingam pela teimosia
plantadas e cultivadas as margens da esperança,
abrem fendas nas rochas, rastejam, chegam até teus limites,
lá em cima onde tu vences a gravidade,
lá onde tu fazes nascer água de pedra
tu que decifra os mistérios da vida e escolhe os pés descalços,
as mãos calejadas, pra fazer-lhes mestre do tempo, da caridade, e do amor
Tu fazes teus ricos.
Tu Cearazinho que é meu e de tantos que quero bem
Quero em ti o cheiro de mato verde
quero as cores
quero a lindeza do teu céu azul, de dia
e de noite quero o abrigo de teus cajueiros,
desses que dominam a meteorologia,
desses que não nos negam sombra
É deles que quero as previsões.

Desabrochar

Desabrochar ao teu aparecer
Ar puro
Espinhoso foi teu enfenecer
Apuros.