21 set ORLANDO RIBEIRO
Alan Mendonça

Nome : Orlando Ribeiro
Biografia :
Nascido em Teresina, capital do Piauí. Aos 15 anos de idade , em 1977, veio morar em Fortaleza, onde permaneceu por dois anos até seguir para o Rio de Janeiro, cidade em que morou por quatro anos, de 1979 a 1983. Ingressou na fotografia em 1987, profissão que permanece até hoje. Até então, nada havia sinalizado de forma contundente que poderia escrever poesias, a não ser umas frases que escreveu para compor umas fotos que fiz em homenagem ao dia das mães, e tempos depois, se viu escrevendo algumas frases rimadas, para uma namorada, pela qual estava apaixonado. Em 2017, também movido por paixões, começou a escrever poesias mais longas e não parou mais. A poesia o abraçou para suprir a dor de algumas paixões e pela necessidade de falar de alguns valores que estão ficando pra trás nos dias atuais.
Poesias
Lamento
E se a canção não tocar mais o nosso coração?
O que será das cordas do violão?E se o cinismo estrangular o sorriso e der gargalhadas de nós?
Quem vai calar a sua voz?E se o riso dobrar a esquina e for embora, levando na bagagem sua viola?
E agora?
E se a injustiça nos colocar sobre a areia movediça e
a flor do bem querer murchar ao amanhecer?
O que fazer?
E se a paixão não abrir as portas do sentimento e sentar, no sofá mais belo do seu lar?
O que o amor dirá?
E se a intolerância sufocar a paciência e esperança não encontrar abrigo no ombro amigo da sabedoria?
Quem será o nosso guia?
E se o egoísmo ganancioso que é fizer mais gols do que o Pelé?
Quem vai driblar esse olé?
E se a inspiração entrar em rota de colisão com a tirania?
Quem vai salvar a poesia?
E se o rancor despedaçar o perdão?
Quem vai juntar os seus caquinhos espalhados ao chão?
E se o rio do prazer de ontem secar a sua fonte e a lágrima correr?
Quem vai nos socorrer?
São perguntas que nos chegam cada vez mais veloz
a resposta está em cada um de nós.
Ela não tem dó nem piedade, sua natureza é covarde,
Vamos enfraquecer as mentes frias e vazias
Vamos escandalizar a hipocrisia,
Vamos rasgar sua roupa no meio do salão e junto com a multidão
Vamos sufocar seu pulmão, até não respirar mais, estrangular suas
Vamos ocupar os lugares onde ela possa florescer
A hipocrisia tem a mentira como sua aliada fiel.
Vamos envenenar sua água, transformar sua aurora boreal em nosso carnaval,
Uns e Outros
Assim vamos nós seguindo a vida
Um tanto feliz um tanto sofrida
Uns atraem
outros repelem
Uns ajudam
outros ferem
Uns destroem outros edificam
Uns libertam
outros crucificam
Uns se preocupam
Com os demais
Outros nem olham pra trás
Uns acolhem os aflitos
Outros torturam e ouvem seus gritos
Uns cospem ódio
outros salivam amor
Uns matam a floresta
Outros aguam a flor
Uns gostam de Serra
Outros do mar
Uns correm cem metros
Outros preferem nadar
Uns preferem as frutas
Outros mal sentem seu sabor
Uns gostam de chuva
Outros de sol e calor
Uns abraçam a causa alheia
Outros torcem o nariz
Uns não gostam de cerveja
Outros adoram e pedem biz
Uns amanhecem em seus lares
No conforto de sua moradia
Outros se perdem e se acham
No embalo da noite vadia
Uns contenplam a noite felizes
E namoram na lua cheia
Outros não sabem o que dizem
E reclamam de barriga cheia
Uns saltam de para-quedas
Outros nem pensar
Uns provocam a guerra
Outros só querem salvar
Uns preferem o inverno
Outros verão
Uns enxergam com
a alma
Outros jamais verão
Mas o que todos querem
é saúde, paz e amor no coração.