22 nov GILLIARD SANTOS
Gilliard Santos

Nome: Gilliard Santos
Biografia:
Gilliard Santos da Silva nasceu em 04 de abril de 1988 e viveu toda sua infância e juventude no sertão de Madalena-CE. Em 2006 mudou-se para Fortaleza para estudar, tendo residido na Casa do Estudante do Ceará – CEC. É professor, Administrador, especialista em Administração Financeira e mestre em Administração & Controladoria. Escreve poesia desde a adolescência, tendo uma produção bastante variada que inclui, dentre outras modalidades poéticas, o poetrix e o cordel. Além da participação em várias antologias de poesia e cordel, em 2018 publicou o seu livro de estreia, intitulado Introito Poético.
Poesias
SONETO DE ESPERANÇA
Ao embalo dos cantos matinais
De uma orquestra bastante animada
Eu levanto e escuto a passarada
Que executa seus belos rituais.
Logo após uma chuva tão pesada
Olho as grotas em rotas casuais
Que espalham os fluidos pluviais
De maneira tranquila e ordenada.
E enquanto o sol vence a frieza
Eu observo, em cada direção
Os notáveis sinais da natureza.
O lençol verde da vegetação
Resultado das chuvas, traz beleza
E também esperança ao sertão.
OFÍCIO DE POETA
Definitivamente, não escrevo!
Antes, derramo a tinta sobre o papel.
E nesse eterno descompasso
Vou tentando transmitir alguma emoção.
Mas para ficar mais simples
Na arte de tentar uma definição
Eu poderia dizer que redijo algumas vezes.
Entretanto, não sei… Não sei…
No mais das vezes sou ininteligível.
Ninguém entende e ninguém procura entender…
Bem sei que, em se tratando de poesia,
Muitas vezes a maior beleza não está no visível,
Não está na clareza da mensagem, mas, justamente,
Na curiosidade e na desconfiança do que se lê.
Neste ofício não sei bem o que é demasiado nobre
E o que é, decerto, tão sem-valor.
É que não vi tal padrão,
Não estudei a ciência de ser igual…
No mais, gosto de ficar pensando:
… Penso
Existo…
Desisto…
A MULHER DA PRAIA
Aquela mulher da praia
Me dizia qualquer coisa
Eu não sei bem o que era
Talvez até fosse amor!
Seu olhar era distante
E voltado pra si mesma
Como quem perdeu pra sempre,
Como quem nunca encontrou…
A sua beleza simples
Sugeria algo tão nobre
Talvez estivesse triste
Ou talvez bem mais, não sei…
E a leve brisa que vinha
Trazia alguma esperança
E me avivava a lembrança
De alguém que tanto amei.
MEU DESENCANTO
Vou caminhando pela cidade
Numa tristeza quase exata
Sinto-me sozinho, perdido na multidão,
Em meio a tantas pessoas semiperfeitas
Olho ao meu redor, em todas as direções,
Observo a hostilidade… Da cidade
Permaneço calado, olhando
Vou parando, observando…
Sento-me no banco da praça
Observo aquela diversidade de pessoas
Um turbilhão de pensamentos me invade
E vem povoar minha cabeça
Penso. Paro. Viajo. Volto. Penso… Choro!
Mas não se trata desses prantos convencionais.
Meu pranto é tímido, sem que ninguém perceba,
Em vez de olhos mareados, papel e caneta,
Em vez de lágrimas, tinta…
Ainda não faço versos como quem morre…
– Quem me dera!
Mas, na vida, aprendi a fazê-los como quem chora…
O MELHOR DO NORDESTE É O NORDESTINO
Hoje quero anunciar
Norte a sul e leste/oeste
A grande diversidade
E de forma inconteste
Eu destaco os artistas
E os demais protagonistas
Desta região Nordeste.
Começando pela música:
O forró e o baião
São estilos consagrados
Pelo rei, o Gonzagão,
Que se notabilizou
E que popularizou
Essa nossa expressão.
Porém isso não é tudo
Pois é vasto o repertório
Reggae, frevo e axé…
Todos sabem, é notório
Que a arte a cultura
Predominam com fartura
Neste nosso território.
Aqui tem Zeca Baleiro
E também Flávio José
Dominguinhos, Zé Ramalho,
Chico César e Tom Zé
Tem Lenine, Caetano
E ainda nesse plano
Temos Geraldo Vandré.
Também cito Belchior
E no time feminino
Amelinha e Bethânia
Têm um talento tão fino
Alcione, Elba, Ivete…
Cada uma, então, reflete
O vigor do nordestino.
Temos grandes escritores
E podemos destacar
João Cabral de Melo Neto
E José de Alencar
Mas também é adequado
Relembrar de Jorge Amado
E de Ferreira Gullar.
Lembremos Gonçalves Dias
E aqui quero fazer
Homenagem à Rachel
De Queiroz e pra dizer
De maneira oportuna
Ariano Suassuna
Eu não posso esquecer…
Eu reservo esta estrofe
De maneira exclusiva
Para honrar um poeta
De obra tão expressiva…
Um poeta popular,
Pois eu quero destacar
Nosso ilustre Patativa!
Mas não são só os famosos
Vistos na televisão
Que recebem o destaque
E também a atenção…
Cada cidadão comum
Mesmo sem ter luxo algum
Já merece uma menção.
Eu destaco o homem simples
Que dedica o ano inteiro
Trabalhando dia e noite
No ofício de vaqueiro
E daquele agricultor
Mas também do zelador
Do servente e do pedreiro.
Nas nossas dificuldades
Lutamos contra o destino
E quem nasce no sertão
É forte desde menino
Pois com sangue e suor
Todos sabem que o melhor
Do Nordeste é o nordestino!