20 nov AURIANDERSON AMARO
Aurianderson Amaro

Nome: Aurianderson Amaro
Biografia:
Aurianderson Amaro é um artista com nove anos de carreira, oriundo do Bairro Bom Jardim, onde desenvolve trabalhos como ator, diretor, professor, pesquisador das artes cênicas e circenses em Fortaleza, e desde 2017 vem desenvolvendo seu lado poeta como forma de expressar aquilo que percebe e contempla no mundo.
Na escrita é autor de textos teatrais, crônicas, contos e poesias. Em 2017, teve seu poema ‘’ Nem tudo é rima’’ como um dos ganhadores do Poetize – Concurso Nacional de Novos Poetas e em 2019 foi à vez de sua poesia intitulada ‘’ Mulher’’, ser uma das ganhadoras do concurso Internacional ‘ Elas em poesia ’da editora Heliópolis de São Paulo, sendo um dos dois únicos representantes do Ceará a serem vencedores. Neste mesmo ano, lança a coletânea ‘’Poesia de Ninguém’’, junto com autores da região Norte e Leste do Ceará.
Poesias
NOSSO HOJE
Às vezes quando menos se espera
você se percebe envolvido em braços fartos de afeto,
que te sugam da realidade e te transporta
ao mundo das coisas possíveis.
O amparo do toque te arrepia a espinha
e faz teu corpo se torcer de vontade,
de tornar eterno o momento,
antes que tudo se transforme em saudade.
O beijo que não se acaba é como droga
que vicia e quanto mais se prova mais se quer.
E é tão intenso o calor das suas mãos,
que passeia por uma estrada repleta de cicatrizes guardadas, chamada corpo.
Mais ainda é a verdade do teu olhar de criança contente e deslumbrada,
com um sorriso que só se faz possível por causa do teu amparo no peito,
na qual encosto a cabeça como travesseiro e sonho mundos quase impossíveis.
É algo só nosso, diferente, quente e envolvente.
Doce e saboroso, pulsante e delicado, cultivado e efêmero nas linhas do nosso hoje.
FLORESCER
O passado me revela coisas belas
que asseguram minha inspiração longínqua.
Como aquarelas que fazem o despertar
dos sonhos em arte e as notas pulsantes dos instrumentos cantantes.
Eu observo as pessoas, as coisas, as folhas.
Sinto o mundo inteiro ao redor de mim,
ouvindo o tempo rugir por aí, batendo na porta do presente e já querendo partir.
Faz de mim um ser criança,
que brinca com a perseverança,
na cidade das intolerâncias, com ânsia de infância.
Anda,anda ,anda… Chega mais próximo de você pra se entender e
deixar de corroer os versos no anoitecer…
Se deixe florescer!
NAQUELE CHÃO
Naquele chão, eu sujei minha mão.
Eu rodopiei, eu causei confusão.
Naquele chão, eu senti a firmeza para minhas aventuras,
eu dormi de olhos abertos,eu calculei minhas lutas.
Naquele chão, eu tentei dar meus saltos,
caí e levantei, me arranhei e me curei,
me angustiei, me conformei.
Naquele chão, eu vi a fruta cair.
Fui até lá é comi, senti o gosto do partir.
Naquele chão, eu plantei a esperança
e reguei com abundância o meu sonho de criança.
ARISQUE
Os meus olhos traduzem o ímpeto de arriscar sobre coisas alheias ao vento.
O que ninguém acredita ser palpável,
no escuro, eu acho o mundo inteiro de discursos acalorados
sobre este chato adeus disfarçado.
A um tempo de ser criança, que se chama infinito.
Nele eu me sinto como águia atrás de ver o alvo possível.
Nunca mais vou ficar calado perante a vida,
todavia controlarei a mágoa possuída.
Carregarei a minha alma para o próximo domingo no ano passado.
Mergulho nas páginas dos outros dois meses
antes da chegada apressada…
Estou cansado de saber explicar os segredos do lado oco do meu afago.