20 nov ANA FLÁVIA
Ana Flavia

Nome: Ana Flávia
Biografia:
Ana Flávia Brandão Alves nasceu em Minas Gerais, Montes Claros, onde morou até aos quatro anos. Veio morar no Ceará, estado origem de sua família, primeiro em Sobral e hoje em Fortaleza. Morou em Santa Maria, no Rio Grande do Sul e, em Londres, na Inglaterra. É Administradora, Especialista na área Financeira; e, em Gestão de Trânsito e Transportes Urbanos. É Mestra em Engenharia de Transportes. Desde a infância praticava escritas descrevendo pessoas e cenários sem pretensões artísticas, embora sempre tenha sido uma admiradora da Arte! Teve poemas integrantes na Antologia Poética, Sarau Brasil, 2019; na “Poesia Libertadora – Prêmio Absurtos de Poesia”; e, na Antologia “Um libreto e cem sonetos”. Gostar de escrever, aprecia vários tipos de leituras, filmes e estilos musicais; participa de corridas de rua como esporte; e tem paixão por gatos.
Poesias
SONETO DA MOÇA DO GIRASSOL
Ela planta girassóis, e colhe amor!
Ela planta poesia, e colhe alegria!
Ela planta amor em forma de flor,
E eu vivo a sonhar com sua maestria…
Sonho um dia colher seu amor de flor…
Sendo sonhadora, eu tenho a fantasia,
De poder colher com louvor o candor
Da moça que planta girassóis de magia…
A moça do girassol é a inspiração!
Ah! Se eu pudesse colher seu sorriso,
Vivendo a vontade de ser só emoção…
Eu viveria sempre um sonho dourado…
Com seus girassóis poesia paraíso,
Plantados no meu coração enamorado!
FALTA
Falta jeito
Falta palavra
Falta fazer
Falta alívio
Falta ar
Falta tossir para cuspir todo o engasgo!
Falta espaço para caber tanta falta…
Ela falta, eu falto, nós faltamos.
A falta é como um trem que segue
numa linha para um destino sem fim.
A linha da falta que o trem percorre parece cheia de infinitos,
e a cada estação que pausa, se enche de falta.
A falta se inunda, se espalha nos cheios de tudo, e faz tanta, tanta falta…
Falta sim…
Só não me faltam os sentidos…
QUEM SABE
Quem sabe um dia, quem sabe uma próxima vez…
Quem sabe um sim!… Em vez do talvez!…
Quem sabe faça sol com arco-íris brilhante,
na chuva cinza com raios e trovões cintilante…
Quem sabe a chuva caia diluindo,
abrindo os caminhos nebulosos, e chegue lavando as calçadas e,
as ruas empoeiradas das ilusões dos passantes agonizantes…
E molhe de águas cristalinas, os becos sem saídas da visão dos que choram suas cicatrizes…
Quem sabe o amanhã vire o hoje do agora é para sempre,
do agora é para valer, do agora é para já, e até, quem sabe,
do agora é para ontem.
Quem sabe o fim seja feliz ainda no meio do caminho!
Ou ainda mais, quem sabe se o fim será apenas o começo de tudo que se pensa que se quer…
Quem sabe?! Quem pondera quem dera saber…
ESPERAS
O cansaço das horas cheias e, vagas entre o nascer do sol e o nascer da lua…
As horas que não passam dentro dos dias que voam…
O vácuo do espaço dos tempos vazios entre o bom dia e o “até qualquer dia”…
O desânimo do caminho descontínuo entre ver e não ver, a visão do sentido!
A montanha russa dos batimentos cardíacos entre as chegadas e as partidas, entre o sentir e, o sentir muito mais, ainda…
A crença fugaz que um dia vai dar certo!
Um certo que nunca chega…
Um certo que era engano!
O engano que dói na alma…
O não saber o que fazer com o que resta para se fazer…
As placas de trânsito invisíveis (distorcidas) entre os corações que se procuram…
A força de seguir com as mãos vazias que tende a se esgotar…
A esperança que só espera, espera e, quase, mas quase mesmo, se cansa de esperar…
A agonia do presente estático, inerte…
A agonia das nuvens que se chocam entre si aflitas e amontoadas,
enquanto a chuva não decide logo chover alívio…
A vida que atravessa a noite feroz em um túnel escuro, estreito e sem acostamento…
As esperas tristes e pulsantes, inevitáveis dos corações pensantes!…
MENINA PRODÍGIO
Ela me encanta e, talvez nem perceba o quanto é admirável
sua sensibilidade poética!
Ela tem um jeito de olhar feroz e doce, tão doce…
Que mais parece um cuidar de mãe no ataque da defesa do que lhe está sob guarda…
Ela tem o dom de guardar…
Então ela guarda a gente no seu coração!
Ela é uma espécie de estrela guia,
como uma bússola da alegria! …
Ela me mostra caminhos tão óbvios de se ver,
mas tão escuros sem o seu dizer…
Ela é a Matemática do amor! …
Sua soma é sempre mais que dois números ordinais,
ou cardinais ou sublimais…
Tanto faz… Ela é mais!…
Seu astral diminui toda a tristeza que possa passar por ela num
piscar de um sorriso…
Ela sabe multiplicar as alegrias dos que se juntam à sua presença
de mulher menina, com alma de sábios ancestrais…
Ela vive a se dividir nas amizades dos que procuram
um meio de socializar suas frágeis poesias humanas…
Ela é o Português literário que reúne todo amor dos poemas
mais lindos, nos fonemas dos versos mais solitários de uma estrofe carente…
Ela é a Física dos corpos celestiais mais angelicais já vistos em órbitas siderais!…
Ela é o prodígio sentimental dos poetas mais inteligentes,
em sua essência mais inocente…
O nome dela é Deborah!